Conheça a história de Tião Carreiro
Neste artigo, você confere toda a história de Tião Carreiro, sua trajetória e o legado para a música sertaneja raiz e o Pagode de Viola.
Você conhece a história de Tião Carreiro? O cantor e instrumentista brasileiro se aventurou não só pelo sertanejo raiz, mas também foi precursor do Pagode feito pela batida da viola. Dessa forma, deixou um legado importantíssimo por meio de sua sonoridade e de suas letras.

A vida na roça e o trabalho caipira presente em suas canções influenciaram diversas duplas até os dias de hoje. Ao lado de parcerias importantes, o artista lançou mais de 45 discos, que marcaram a história da música sertaneja e da moda de viola.
Quer saber mais curiosidades sobre Tião Carreiro e sua carreira? Então, acompanhe este artigo especial!
Qual é a história de Tião Carreiro?
Primeiramente, José Dias Nunes, conhecido como Tião Carreiro, é natural de Monte Azul (MG), mas foi criado nos arredores de uma fazenda em Araçatuba (SP).
Assim, durante os afazeres da roça e do arado, aprendeu a tocar violão logo cedo, aos 8 anos. Após a morte de seu pai, recebeu uma herança que mudaria tudo: sua primeira viola.
Apesar de não ter frequentado a escola, Tião utilizou jornais velhos para aprender a ler e escrever, se alfabetizando sozinho. Dessa maneira, ele também foi autodidata em todas as áreas de sua vida, inclusive ao aprender a tocar. Para isso, observava acordes e notas e depois tentava reproduzi-los no violão.
Aos 16, apaixonado pela música, decidiu largar a labuta do campo e se aventurar em uma nova profissão. Como resultado, passou a trabalhar como garçom em um hotel e, nas horas vagas, cantava sambas de época e músicas populares.
Além disso, participou do programa Assim canta o sertão, da rádio de Valparaíso, em São Paulo. Em seguida, ao lado do primo Valdomiro, criou a dupla Zezinho & Lenço Verde. Nessa mesma época, formou outras duplas e passou a se apresentar no circo Giglio.
Lá, o proprietário disse que uma dupla tinha que tocar viola, embora Tião dominasse apenas o violão. Na mesma época, os famosos Tonico & Tinoco se apresentaram na mesma cidade em que ele e Valdomiro estavam.
Assim, durante o descanso da dupla, o artista pegou a viola de Tinoco e decorou a afinação do instrumento, se aperfeiçoando na viola ali.
O começo do sucesso
A partir daí, passou a se inspirar em outros violeiros da época, como Florêncio, da dupla Raul Torres & Florêncio.
Pouco tempo depois, Tião Carreiro conheceu, no circo Rapa Rapa, aquele com quem formaria uma dupla longeva. Ajudante braçal do circo, Pardinho cantava nas horas vagas, na cidade de Pirajuí. Ao começarem a cantar juntos, assumiram os nomes de Zé Mineiro & Pardinho.
Porém, dois anos depois, em 1956, eles se mudaram para São Paulo a convite do cantor Carreirinho. Nessa época, acabava de nascer Alex Marli Dias, a filha de Tião com sua esposa, Dona Nair.
Ao chegarem na grande São Paulo, eles conheceram Teddy Vieira, diretor sertanejo da gravadora RCA, que os levou à Columbia Records. Teddy os batizava de Tião Carreiro & Pardinho, nome artístico que seguiu com a dupla durante anos. Aqui, iniciava-se, de fato, a carreira musical dos artistas.
O primeiro disco, Rei do Gado, lançado em 1961, incluía os primeiros hits: Cavaleiros de Bom Jesus e Boiadeiro Punho de Aço.
O surgimento do Pagode de Viola
Após o primeiro disco, Tião se separou de Pardinho e se juntou a Carreirinho em uma nova dupla. Ao mesmo tempo, Pardinho formaria dupla com Zé Carreiro.
Ao perceber sua sonoridade, Tião via naquele recortado mineiro outras batidas, com a viola assumindo um papel principal, criando algo novo: o Pagode de Viola.
Após idas e vindas, Tião retomou a dupla com Pardinho, e juntos lançaram Pagode em Brasília. A música era uma homenagem à nova capital do país e ao presidente Juscelino Kubitschek.
Mas o artista não parou por aí. Uma das curiosidades de Tião Carreiro é que, com destreza e muita habilidade, criou arranjos e introduções de Pagode de Viola únicas.
Além disso, desenvolveu uma batida original, inovando a maneira de tocar o instrumento. Dessa forma, gravou com demais parceiros não só a moda de viola, mas também outros ritmos, como cururu, catira (cateretê), valseado, tango e querumana.
Qual foi a importância de Tião Carreiro para a música brasileira?
Não só a sonoridade, Tião Carreiro inovou a maneira de cantar em dupla, fazendo a segunda voz ter tanto destaque quanto a primeira. Tal pioneirismo influenciou diversas duplas sertanejas ao longo dos anos.
Como resultado, o cantor também popularizou a música sertaneja para além do ambiente das rádios, levando o ritmo a teatros, rodeios, exposições e TV.
Ao todo, sua discografia contempla 25 discos com Pardinho e Carreirinho e mais de 50 LPs com diferentes parceiros. Por fim, foram dois projetos solo de viola caipira e mais de 300 composições com nomes renomados da música sertaneja.
Em sua homenagem, a Rozini lançou uma linha de viola elétrica chamada Tião Carreiro. Mais do que levar o seu nome, o instrumento é estilizado com a imagem e a assinatura do artista estampadas.
Muitas pessoas se perguntam como foi a morte de Tião Carreiro. Infelizmente, o cantor teve complicações de diabetes e faleceu dias antes de um transplante de rim. Consequentemente, ele recebeu – e ainda recebe – inúmeras homenagens, tanto de fãs quanto de artistas que também o admiram, como Almir Sater e Xororó.
Agora que você conheceu a história de Tião Carreiro, que tal se inspirar no mestre do Pagode de Viola e se aventurar na música sertaneja?
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Além disso, compartilhe este post com seus amigos! Assim, mais pessoas celebram a trajetória deste artista tão à frente de seu tempo. Como já dizia Tião Carreiro: “Tendo amor e saúde da vida eu não reclamo, amo a vida que levo, e levo a vida que amo!”
Laryssa Costa
Jornalista, também graduada em Letras e com especialização em Música e Negócios. Amante e pesquisadora da música, viciada em shows e biografias. Escreve para o Cifra Club desde junho de 2021.